De 19 de janeiro a 17 de junho de 2024, a exposição “Van Cleef & Arpels and Japan: an artistic encounter”, mostra as influências japonesa que inspiraram a Maison desde os anos 1920 até aos dias de hoje. Trinta peças criadas entre 1923 e 2012, da coleção Van Cleef & Arpels, assim como documentos de arquivo preciosos, são reveladas na Galerie du Patrimoine, na Place Vendôme.

Na Europa, a segunda metade do século XIX foi profundamente marcada por um movimento artístico a que o crítico francês Philippe Burty chamou Japonismo. Desde os anos 1920 e ao longo do século até aos dias de hoje, a Terra do Sol Nascente tem fascinado os criadores da Maison, inspirando-os a adotar os seus motivos e símbolos, a traduzir as suas técnicas e materiais e a adaptar os seus objetos.

Por exemplo, desde meados do século XVI, os homens japoneses transportaram inrō, pequenas caixas penduradas nos cintos que servem de bolsos para os quimonos. A Maison adaptou o seu uso e finalidade comuns para os transformar em típicos estojos de beleza, mantendo uma forte reivindicação da inspiração das suas origens. Com a adição de correntes e anéis feitos de contas de jade, lantejoulas de laca e elos de ouro ou platina, tornaram-se expressões puras da arte da joalharia.

A inspiração japonesa também se encontra numa rica iconografia. Por vezes, é evidente, como com um relógio de mesa de 1957 que representa um casal de mulheres em quimonos esculpidos em cristal de rocha que transportam um mostrador de relógio. Outras vezes, é necessário um olhar mais exigente para a imagem original para se revelar. Veja-se, por exemplo, a pulseira de 1958, que apresenta fios de ouro torcidos entrelaçados em cima de uma cobertura de diamantes, como se vê nos punhos das espadas japonesas.

Desde a sua fundação em 1906, a Van Cleef & Arpels também celebrou esta inspiração japonesa com um dos seus principais motivos: as borboletas lacadas. Símbolo da natureza em movimento, têm esvoaçado de coleção em coleção numa grande variedade de designs e materiais. Desde 2004, a Maison deu a carte blanche a Hakose San, um mestre artista japonês em laca, para conceber os designs. Apresentou ranúnculos na pregadeira Kikumakie, flores de cerejeira no modelo Sakura, ou mesmo íris japonesas na borboleta Hanashobu.

Fonte de inspiração e sonhos infinitos, o Japão cativou o olhar curioso da Maison desde a década de 1920. Atualmente, esta exposição revisita a riqueza destes intercâmbios artísticos e técnicos entre o Extremo Oriente e o Ocidente, bem como a constante procura de evasão da Van Cleef & Arpels.