O mecanismo altamente complexo - que anima vários elementos e também exibe as horas - destaca uma poesia efémera: movimento e leveza, a beleza da natureza, o encanto de uma fada que desperta do seu sono e as tonalidades das pedras preciosas e do esmalte. Este quadro precioso ganha vida com uma infinita delicadeza.

Conceber o autómato Fée Ondine exigiu o savoir-faire dos artesãos mais especializados de vários campos.

Dia após dia, estes virtuosos comunicaram e partilharam os seus conhecimentos, desafiando-se a si mesmos para responder às especificidades do projeto. Os desafios eram constantes: "miniaturizar" o mecanismo dentro da fada ou formar pétalas suficientemente leves para serem suportadas pelo movimento, por exemplo. Tudo isto implicou um processo contínuo de investigação, desde o design aos acabamentos finais.

Como um sonho tornado realidade, o primeiro Extraordinary Object da Van Cleef & Arpels transformou-se numa aventura humana coletiva sob o olhar atento de Fée Ondine.

Combinando uma exibição das horas retrógrada e uma animação sob solicitação, esta criação oferece um duplo espetáculo aos seus observadores. Na base de cor ébano, de lado, uma joaninha em rubis Mystery Set move-se pacificamente, indicando a passagem do tempo.

Quando ativado, o autómato ganha vida durante cerca de 50 segundos, revelando uma cena digna de um conto de fadas. Primeiro, a folha do nenúfar começa a ondular, como se movida por uma suave brisa. Os sinos ecoam uma melodia cristalina e a flor do nenúfar floresce lentamente. A fada acorda e levanta a cabeça para admirar uma borboleta no centro da corola: esta ergue-se no ar, batendo as asas e girando. Depois de se moverem simultaneamente, a borboleta regressa ao seu abrigo, a fada volta a dormir e a oscilação do nenúfar chega ao fim.

A silhueta extraordinariamente elegante da Fée Ondine foi trabalhada em ouro branco antes de ser cravejada com pedras preciosas cintilantes. O seu corpete e a sua saia estão cravejados com uma gradação de safiras, enquanto o seu rosto, concebido em água-marinha, é coroado com uma tiara de diamantes.

Das suas asas translúcidas, a luz passa pelos diferentes tons, do azul-marinho ao azul-turquesa, enquanto a fada bate as suas asas a um ritmo irregular. Escondida dentro da figura, um mecanismo em miniatura dá-lhe vida ao criar movimentos fluidos.

No topo do Autómato Fée Ondine, a grande folha de nenúfar é composta por cerca de 60 tiras esmaltadas, que foram montadas juntas e que balançam durante a animação. Um dos desafios técnicos deste projeto consistiu em tornar os elementos do autómato o mais leve possível, para que pudessem ser animados pelo mecanismo. Excecionalmente finas, as pétalas das flores do nenúfar tiveram de ser inteiramente moldadas à mão antes de serem esmaltadas.

Uma verdadeira criação de Alta Joalharia em linha com as pregadeiras Papillon da Maison, esta peça exigiu uma investigação especial graças ao movimento de levantar voo. A criação é sublinhada por um rendilhado aberto de diamantes com corte de rosa, permitindo que as pedras sejam admiradas tanto de cima como de baixo. Ecoando os fogos da opala, quatro safiras rosa realçam a composição com o seu brilho feminino.

A joaninha, que tão elegantemente indica a passagem das horas, é notável pelas suas delicadas proporções combinadas com o requinte do Mystery Set. Cada pedra foi polida à mão para conferir à peça um efeito de relevo suave e arredondado, pontuado por diamantes que evocam os pontos desta feliz criatura.